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Estado Moderno

O Estado Moderno é uma construção complexa e multifacetada que emergiu do caos da Europa feudal e se consolidou durante os séculos XVII e XVIII. É caracterizado por uma administração centralizada, soberania territorial, controle sobre a força militar e, crucialmente, o reconhecimento de outros estados em um sistema internacional.

Os elementos-chave do Estado Moderno foram a centralização do poder, a formação de uma burocracia profissional e a monopolização da força. Nesse contexto, o poder do Estado estendeu-se à vida econômica, social e cultural, moldando as identidades nacionais e estruturando as relações sociais.

Há divergências doutrinárias profundas sobre o papel e a natureza do Estado Moderno. A perspectiva liberal vê o Estado como um árbitro neutro entre indivíduos e grupos, defendendo os direitos individuais e garantindo um “campo de jogo nivelado”. Em contraste, a perspectiva conservadora vê o Estado como um guardião da ordem social e dos valores tradicionais.

Entretanto, a perspectiva marxista sobre o Estado Moderno é radicalmente diferente. Karl Marx e Friedrich Engels argumentaram que o Estado é um instrumento de dominação de classe. Em suas palavras, “o Estado moderno é apenas um comitê para administrar os negócios comuns de toda a classe burguesa”. Assim, o Estado serve para proteger os interesses da classe dominante e perpetuar a exploração da classe trabalhadora.

Esta visão é baseada na análise marxista da sociedade capitalista como uma sociedade dividida em classes. A classe burguesa, que possui os meios de produção, é capaz de dominar o Estado e usá-lo para reforçar sua posição. Assim, leis, políticas e até mesmo a força militar são utilizadas para proteger os interesses da burguesia.

No entanto, os marxistas também vêem o Estado como um local de luta de classes. A classe trabalhadora pode lutar para influenciar o Estado e usar seu poder para promover seus próprios interesses. Marx e Engels viam a conquista do poder do Estado pela classe trabalhadora como um passo crucial no caminho para o socialismo e o comunismo.

Por fim, a visão marxista do Estado é dialética. Enquanto o Estado Moderno é um instrumento de dominação de classe, ele também contém as sementes de sua própria superação. A luta de classes, que o Estado tenta conter, pode eventualmente levar à transformação do próprio Estado e à criação de uma sociedade sem classes e sem Estado.

Portanto, a perspectiva marxista do Estado Moderno é uma de crítica e luta, mas também de esperança na possibilidade de uma sociedade mais justa e igualitária.

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