Conteúdo Total

Liberalismo econômico

O liberalismo econômico é uma corrente de pensamento que enfatiza a liberdade individual e a propriedade privada como os principais motores do progresso econômico e social. Ele defende a limitação do papel do Estado na economia, argumentando que a intervenção governamental distorce o livre funcionamento do mercado e inibe a criatividade e o empreendedorismo individuais.

Os principais autores dessa corrente incluem Adam Smith, David Ricardo e John Stuart Mill, além de economistas contemporâneos como Friedrich Hayek e Milton Friedman.

Adam Smith é frequentemente considerado o pai do liberalismo econômico. Em seu livro “A Riqueza das Nações”, ele defendeu a ideia de que a “mão invisível” do mercado garantiria a distribuição mais eficiente de recursos, desde que o governo mantivesse uma postura de não intervenção.

David Ricardo, outro economista clássico, aprimorou a teoria do valor-trabalho de Smith e introduziu o conceito de vantagem comparativa, que é a base do livre comércio. John Stuart Mill, embora mais progressista em suas opiniões sociais, também defendeu a liberdade econômica e a propriedade privada.

No século XX, economistas como Hayek e Friedman continuaram a tradição do liberalismo econômico. Eles argumentaram que a liberdade econômica é intrinsecamente ligada à liberdade política e criticaram fortemente o socialismo e a intervenção estatal na economia.

No entanto, do ponto de vista marxista, o liberalismo econômico é profundamente problemático. Primeiro, Marx argumentaria que a “mão invisível” de Smith na verdade oculta a exploração da classe trabalhadora. O “livre mercado” favorece os proprietários dos meios de produção, enquanto os trabalhadores são obrigados a vender sua força de trabalho por salários que não refletem o valor total de sua produção.

Segundo, enquanto os liberais econômicos veem a propriedade privada como um direito inalienável, Marx a vê como a fonte da exploração e da desigualdade social. A “liberdade” que o liberalismo econômico defende é, na verdade, a liberdade do capitalista de explorar o trabalhador.

Terceiro, a crítica marxista também se estenderia à teoria da vantagem comparativa de Ricardo. Enquanto esta teoria sugere que o livre comércio beneficia todos os países, Marx argumentaria que ele permite que os países ricos explorem os países pobres, perpetuando a desigualdade global.

Finalmente, contra a visão de Hayek e Friedman de que a liberdade econômica leva à liberdade política, Marx afirmaria que a “liberdade” sob o capitalismo é uma ilusão, já que a classe trabalhadora está sujeita à exploração e à alienação.

Portanto, enquanto o liberalismo econômico exalta a liberdade individual e o livre mercado, a perspectiva marxista o vê como um sistema que perpetua a exploração, a desigualdade e a injustiça social.


Publicado

em

por

Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *