A uberização é um neologismo que descreve a mercantilização total de uma atividade econômica baseada em serviços. Assenta-se no processo de transformação do trabalho, pelo qual os trabalhadores fazem uso de bens privados — como um carro — para oferecer serviços por meio de uma plataforma digital.
O termo “uberização” foi cunhado em referência à empresa americana Uber, que é uma plataforma digital que conecta motoristas particulares com passageiros que precisam de transporte. Desde então, o termo tem sido usado para descrever uma variedade de empresas que oferecem serviços semelhantes, como a Airbnb, o iFood e a 99.
A uberização tem sido criticada por alguns especialistas por contribuir para a precarização do trabalho. Os trabalhadores uberizados são frequentemente autônomos, o que significa que não têm os mesmos direitos e proteções que os trabalhadores assalariados. Além disso, os trabalhadores uberizados geralmente são pagos por corrida, o que pode levar a jornadas de trabalho longas e salários baixos.
A uberização também tem sido criticada por alguns especialistas por contribuir para a concentração de renda. As empresas que operam as plataformas digitais são capazes de arrecadar grandes somas de dinheiro com taxas de serviço, enquanto os trabalhadores uberizados recebem uma parcela relativamente pequena desse dinheiro.
Aqui estão alguns dos principais argumentos contra a uberização:
- Os trabalhadores uberizados não têm direitos trabalhistas, como salário mínimo, férias remuneradas, horas extras e seguro-desemprego.
- Os trabalhadores uberizados são responsáveis por seus próprios custos de trabalho, como manutenção do veículo, combustível e seguro.
- Os trabalhadores uberizados não têm nenhum controle sobre seus horários de trabalho e podem ser chamados a trabalhar em qualquer momento.
- Os trabalhadores uberizados são vulneráveis a abusos por parte dos clientes e das plataformas digitais.
A perspectiva marxista sobre a uberização é que ela é uma forma de exploração do trabalho. Os trabalhadores uberizados são explorados porque eles não recebem o valor total do seu trabalho. O valor do trabalho dos trabalhadores uberizados é apropriado pelas empresas que operam as plataformas digitais.
Alguns juristas argumentam que os trabalhadores uberizados devem ser considerados trabalhadores assalariados e que eles devem ter os mesmos direitos e proteções que os trabalhadores assalariados.
A uberização é uma questão complexa que tem implicações importantes para o mercado de trabalho. É importante estar ciente dos riscos e benefícios da uberização antes de decidir se deve ou não se tornar um trabalhador uberizado.
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